Por Bruno Jardim
Cristo é Deus, mas não teve por usurpação ser igual a Deus. [1]
A soberba, que pode ser tratada como sendo a antítese da humildade, nos leva a ser, aquilo que não somos. Já a humildade, nos leva a abrir mão do que somos, por amor ao outro.
Quando nos esvaziamos de nós mesmos, a humildade passa a nos mover e nos levar a compreender que aquilo que somos em Cristo, nada mais é para que sejamos canais de serviço ao próximo.
Abrimos mão do que somos, mas sem perder a nossa identidade. Assim como Cristo fez, que ao tomar a forma de homem, continuou sendo Deus e tudo isso motivado pelo amor.
A humildade gera em nós um senso de dependência mútua, nos levando à sujeição.[2]
Quando se fala de sujeição, está se falando em se colocar aos cuidados uns dos outros, a fim de não se atentar para o que é seu, mas para o que é do outro.[3]
A humildade abre caminho para a dinâmica dos relacionamentos, por isso que cada um deve considerar o outro como sendo superior a si mesmo.[4]
Na Lei da Gravidade corpos maiores atraem corpos menores e os mantém presos uns aos outros.
Da mesma forma, quando considero o outro como sendo superior a mim mesmo, ele ganha status de corpo maior. Logo, exerce sobre mim uma espécie de “força gravitacional do amor”, onde somos atraídos e movidos para servir uns aos outros.
É esta força que leva o homem a romper com o movimento de rotação do amor próprio e o faz migrar para o de translação do amor ao próximo.
Só assim, a solidão dos nossos dias e noites ganhará a companhia das cores, frutos e sensações das estações da vida.
Sempre há mais vida do lado de fora.
Corte o cordão umbilical da soberba e se deixar levar em humildade pela gravidade do outro.
[1] Filipenses 2:6
[2] Efésios 5:22
[3] Filipenses 2:4
[4] Filipenses 2:3
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