POR BRUNO JARDIM
Eu sei que o amor lança fora todo medo,
mas talvez exista um medo que, por amor,
o amor prefira “não lançar fora”:
o medo de lugar fechado.
O amor não cabe em gavetas.
Empalidece nos corredores sem janela.
Precisa de janelas, varandas, portas abertas,
de horizontes onde a respiração se alonga.
Gosta mesmo é de quintal.
É assim que renasce:
na ventilação do encontro,
no espaço do coletivo,
onde cabem risos, lágrimas, gritos e silêncios.
Amor não é represa.
Não tem a ver em conter, mas de permitir correr.
É como calha: busca encontrar passagem
para chegar ao outro lado.
Não dá pra represar,
amar sempre vem a calhar.
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