Por Bruno Jardim
Rei Salomão em 2
Crônicas: 1:10ª
A vida é um processo, ela tem uma
sequência contínua de fatos, tem andamento, desenvolvimento, um decurso e um
curso. Logo, como todo Processo ela também possui Entrada, Processamento e
Saída.
Em termos de processo, de forma bem superficial, podemos dizer que:
Em termos de processo, de forma bem superficial, podemos dizer que:
Entrada é o insumo, é aquilo que será transformado;
Processamento é o que se usa para transformar;
Saída é o resultado do insumo transformado.
Todo processo implica em transformação,
é um “De x Para”, é sair de um ponto presente
(As Is) e ir para um ponto futuro (To Be).
Diante disto, que tal refletirmos
sobre o que temos esperado de resultado da vida? Quais insumos temos utilizado como
entrada? Onde estamos “rodando” o nosso processamento existencial?
É necessário fazer um diagnóstico
de como estamos hoje, pois isto é fundamental para determinar onde estaremos
amanhã.
“Navegar é preciso, viver, não é preciso.”
Esta frase, atribuída a Fernando
Pessoa, na verdade foi dita pelo general romano Pompeu (106-48 A.C), diante de marinheiros
com medo de uma tempestade, originalmente “Navigare
necesse; vivere non necesse!” Ambos
queriam dizer a mesma coisa. O general Pompeu anunciou aos subordinados temerosos:
“É necessário navegar, viver não é”. Já
Fernando Pessoa escreveu literalmente: “Viver
não é necessário; necessário é criar.”
Existe um grande risco de
vivermos a “síndrome do Zeca Pagodinho”, deixando a vida nos levar (vida leva
eu). Quem assim o faz, se entrega “ao deus
dará”, não vigia o que tem entrado
em sua vida, desconhece o como se está
processando e tão pouco sabe para que
servirá o resultado gerado.
Na Bíblia encontramos 2 (dois) tipos de Entradas, 2 (dois) tipos de processamentos e 2 (dois) de saídas para a nossa jornada de vida. Que tal conhece-los? Tenho certeza que este conhecimento é fundamental para o nosso processo existencial de criação.
Vamos a eles:
Tipos de Entradas
“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição e
são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o
caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”. (Mateus:
7: 13)
Neste versículo nos deparamos com
os 2 (dois) tipos de Entradas, a saber, a
Porta Estreita e a Porta Larga.
A Porta Larga é a verdadeira porta dos desesperados e das
necessidades. Nesta porta existe espaço para tudo. Ela é condescendente
e imprudente, aceita qualquer insumo, entra por ela qualquer coisa e não se
importa com o propósito. Seu caminho espaçoso, distrai a retina e retira o foco.
Paradoxalmente, proporcionar uma visão míope nos levando a cair em um abismo. O
velho homem é bem-vindo e tem espaço de sobra para passar e aprontar.
A Porta Estreita é a verdadeira porta da esperança e dos propósitos.
Nesta porta não existe espaço para concessões. Ela é rigorosa e criteriosa, não
aceita qualquer insumo, só entra por ela o que está atrelado ao propósito. Seu
caminho apertado mantém a retina reta e focada. Paradoxalmente, proporciona uma visão ampla nos
levando a vislumbrar um horizonte ilimitado. O velho homem não é bem-vindo, só
existe espaço para o novo homem passar. O velho homem
se por ela quiser entrar, na Cruz pregado deve estar.
Tipos de Processamentos
“E desci à casa do oleiro, e
eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas,
como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu.” (Jeremias 18: 3-4)
como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu.” (Jeremias 18: 3-4)
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem
se assenta no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmos 1:1)
Nestas duas passagens nos
deparamos com os 2 (dois) tipos de Processamentos, a saber, a Roda do Oleiro e a Roda dos Escarnecedores.
A Roda dos Escarnecedores é lugar de paralisação, nela a obra fica
embargada e o atrofiamento é permanente. Fica estagnada no tempo, não avança e
tão pouco se prepara para o por vir. A massa é endurecida sem nenhuma
capacidade de se recriar, confia em seu próprio emburrecimento. Aqui é o lugar
para “quem tem a velha opinião formada
sobre tudo”. Onde nos contentamos com o que se aprendeu até então. Nela pra
quem é, bacalhau basta. Ela não tem formas, mas apenas uma fôrma para
conformar. É lugar para se assentar.
A Roda do Oleiro é lugar de movimento, nela a obra é processada e o
aperfeiçoamento é contínuo. Não fica estagnada no tempo, mas avança e se
prepara para o por vir. A massa é moldável e tem um poder de se reinventar, confiante
na criatividade do oleiro. Aqui é o lugar para as “metamorfoses ambulantes”, onde somos desafiados constantemente a
aprender a desaprender para reaprender. Ela
não tem fôrmas, mas sim diversas formas para transformar. É lugar para se exercitar.
Tipos de Saídas
“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que
conduz para a perdição e são muitos
os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que
acertam com ela”. (Mateus: 7: 13)
Retornei para esta passagem pois
nela nos deparamos com os 2 (dois) tipos de Saídas, a saber, a Perdição e a Vida.
Perdição é tornar vão, é solidão, não tem rumo. Desconhece de onde vem
e pra onde vai. Desconhece os motivos e efeitos, não sabe o “por que” e tão
pouco o “pra que”. Não tem relevância, é inútil e nulo. É enferma e efêmera.
Vida é fazer valer a pena, é comunhão, tem rumo certo. Conhece bem
de onde vem e pra onde vai. Conhece os motivos e efeitos, sabe o “por que” é acima
de tudo o “pra que”. Tem relevância, é útil e válida. É saudável e eterna.
Diante de tudo aqui exposto, fica
claro que uma vida só tem sentido se entrar
pela porta estreita, se deixar processar
na roda do oleiro e sair para a vida.
Precisamos resgatar esta visão
processual da vida.
Para tal, permita-se questionar o
status quo, não seja um soldadinho de
chumbo, não compre pacotes fechados e formatados. Ressuscite a criança
questionadora e curiosa que existe dentro de você. Curiosidade e Criatividade
são gêmeas siameses. A primeira nos leva a conhecer, a segunda nos leva a fazer
acontecer.
A conformidade e as rotinas servem
para manter adormecida a criança questionadora e revolucionária que carregamos
dentro de nós. Não é à toa que Jesus afirma que senão nos tornarmos como
criança, de modo algum entraremos no reino dos céus. (Mateus 18:3)
A criança tem sede de sentido.
Existe uma canção da Palavra Cantada, chamada: “Toda criança
quer”.Veja o refrão dela e observe que a mesma sabedoria e
conhecimento que Salomão pediu a Deus para saber sair e saber entrar, é o que
toda criança e todo mundo deseja:
“Toda Criança Quer
toda criança quer
crescer,
toda criança quer ser
um adulto...
E todo adulto quer,
e todo adulto quer
crescer,
para vencer e ter
acesso ao mundo...
E todo mundo quer,
e todo mundo quer
saber:
De onde vem, pra onde
vai.
Como é que ENTRA, como é que SAI.
Por que é que sobe,
por que é que cai.
Pois todo mundo
quer....”
Você abre mão desta sabedoria
processual?
Eu não!
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