quarta-feira, maio 20

Aerolitos

Quando se fala de chuva logo a associamos com água, pois esta gera vida. Só que também existem outras formas de chuvas, e não podemos ficar focados somente naquilo que nos é conveniente. Deus tem Seus mais variados meios de nos enviar chuva e devemos estar abertos para todos eles.

A questão é; que tipo de chuva Deus planeja nos enviar? Uma coisa é certa, elas são chuvas benéficas, que irão cooperar para o nosso bem. Mas quais elementos ELE usará para trazer tal chuva?

Refletindo sobre as formas de chuvas, me vem à mente um episódio do Chapolin Colorado conhecido como; Aerolitos. Este episódio nos conta a história de um velho que tem como hobby colecionar aerolitos - que embora tendo todas as características de uma pedra, ele se recusava a chamá-los como tal. Segundo ele os aerolitos não são pedras, mas sim corpos celestes que caem na terra. Cada vez que ocorria uma queda desses corpos era motivo de festa para o velhinho.

Da mesma forma deveríamos ter anseio por uma chuva de aerolitos. Ou seja, antes de almejar as chuvas de bênçãos, seria interessante clamar por outro tipo de chuva, uma chuva semelhante à dos aerólitos, bem como àquela sétima praga do Egito; uma chuva de pedras.

Parece se tratar de algo ruim, mas a chuva de pedra é fundamental. Pois ela é responsável em destruir tudo aquilo que de alguma forma esta impedindo a chegada do novo. E ao mesmo tempo que ela derruba o que não presta ela ainda serve de fundamento para receber o que de fato Deus tem preparado.

Existe um princípio criado por Arquimedes, também denominado de impenetrabilidade onde diz que; “Dois corpos não podem ocupar ao mesmo tempo, um mesmo lugar no espaço.” Essa lei da física pode ser aplicada em nosso contexto; pois para se receber o novo, impreterivelmente o velho tem que sair, caso contrário o novo será impenetrável.

Não se pode colocar vinho novo em odres velhas! O próprio frescor do vinho novo irá romper com os odres, pois eles não possuem estrutura suficiente para suportá-lo, desperdiçando assim todo o vinho.

Portanto, o novo e o velho não conseguem ocupar ao mesmo tempo, um mesmo lugar no espaço. Alguém tem que ceder o lugar. E para que haja uma adequação estrutural com o que Deus tem para enviar, a chuva de Pedra tem que preceder a chuva de bênção. Só assim o ambiente estará apto para receber o novo de Deus.

È do Alto que vem a chuva de Poder capaz de arrancar tudo o que não foi plantando por Deus. O próprio Jesus orientou dizendo: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lucas 24; 49b)

É interessante notar que no original a palavra utilizada nesta passagem para poder é dynamus, que é a palavra etimológica de dinamite, que no antigo latin significava poder, explosão. Com isso percebe – se que o poder do Espírito Santo opera como uma espécie de dinamite, destruindo tudo àquilo que não é compatível com o Seu caráter. Fazendo com que os sistemas oriundos do mundo, que jaz no maligno, sejam destruídos pelo dynamus que vem dos céus.

Este poder destruidor me remete a um misterioso sonho do rei Nabucodonosor que foi revelado pelo profeta Daniel;

“Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra. ( Daniel; 2;31 – 35)

A Pedra que o rei Nabucodonosor visualizou em seu sonho vem do alto para destruir a estátua, e não obstante após ter feito isso, tal Pedra começou a crescer até tomar toda a Terra.

A estátua representa os sistemas vigentes no mundo, estes não foram capazes de conter o crescimento daquela Pedra. Já esta Pedra representa o Reino de Deus.

O único Reino que permanecerá neste mundo é o Reino que não é deste mundo!

O Reino de Deus não é deste mundo no que diz respeito a sua origem, mas é para este mundo no que tange ao seu destino. O Reino não vem do mundo, mas é para ir ao encontro dele. Até tomar toda a Terra assim como aquela Pedra.

Os valores do Reino são completamente antagônicos aos valores do mundo. A tendência é que esses valores mundanos junto com seus sistemas sejam corrompidos, até se depreciarem por completo. E isso se dá graças à ascensão dos valores do Reino que vem do Alto para o mundo.

Portanto o destino do Reino de Deus é o mundo. Bem como aquela Pedra do sonho de Nabucodonosor que ocupou os quatro cantos desse planeta, assim também toda “a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2:14).

Antes de qualquer coisa que sejamos alvos dessa chuva de pedra e também que possamos ser usados como tais. No momento em que encarnamos a Palavra, operacionalizando – a em nosso cotidiano, somos transformados em verdadeiros aerolitos, pois muito mais do que pedras, antes somos corpos celestes que caem do céu com a missão de derrubar o que não provém do Alto e edificar os eternos valores do Reino de Deus neste mundo, a fim de cooperar para a restauração de todas as coisas.

Lembre-se que dois corpos não podem ocupar ao mesmo tempo, um mesmo lugar no espaço. É por isso que o velho mundo esta sendo removido para a chegada de um novo mundo.

E a implosão do velho mundo já começou, mas ela não se dá de forma abrupta, antes é uma explosão controlada, paulatina. Isso assegura um caráter não catastrófico ao evento. De forma natural o velho vai saindo de cena para a chegada do Novo Mundo. Pois assim é o Reino de Deus, é como um grãozinho de mostarda, que sem chamar a atenção para si, se torna a maior de todas as árvores.

5 comentários:

Julio Zamparetti disse...

Texto maravilhoso, Bruno!
Nisso vemos a justiça e o amor de Cristo perfeitamente unidos. Os aerolitos que operam o juízo sobre o velho sistema do mundo servem de estrutura para o novo mundo que é edificado no amor.

Christus Victor!

Anônimo disse...

Muito bom..., eu gosto dos seus textos pois eles nos faz refletir de uma forma bem humurada e inteligente, bem contextualizado... assim como o autor... continue assim sendo essa benção, esteja sempre aos pés da cruz pois Deus está e vai Se fazer ser conhecido atravez da sua vida, uma vida que tem grande valor para nós, por isso eu não me canso de agradecer a Deus por ela. beijios, ih!

Rose disse...

Ótimo o texto!!
Um tema que aparentemente não tinha nenhuma mensagem especial a oferecer, mas que logo no início, e no transcorrer do texto mostra pensamentos que devem nortear nossa vida, como:"Deus tem Seus mais variados meios de nos enviar chuva e devemos estar abertos para todos eles...
Uma coisa é certa, elas são chuvas benéficas, que irão cooperar para o nosso bem. "
Mto bom!!!
Não contava com a minha astúcia por fazer o comentário.Hehehe.

Unknown disse...

Sensacional, muito bom o texto - Alvaro

Carol Botelho disse...

Agora q eu li tudo!
Haha
Muito bom!