segunda-feira, janeiro 19

A Guerra Fria de todos os dias


A Guerra Fria foi um conflito que compreendeu o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Este conflito se iniciou quando as duas potências (EUA e União Soviética) tentaram influenciar outros países acerca de seus sistemas políticos, econômicos e militares.

Somente essas duas potências tinham capacidade nuclear para ataque. De um lado a URSS buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, enquanto os EUA tentavam influenciar outros países com o sistema capitalista que se baseava na democracia e na economia de mercado.

É assim chamada de Guerra Fria, pois não houve uma guerra direta entre as superpotências. E caso houvesse ocorrido, não teríamos um vencedor (já que num eventual embate nuclear pouco sobraria do planeta).

O confronto não ocorreu pela via tradicional de guerra, antes foi uma guerra de ameaças. Militarmente, as duas potências, a fim de garantir suas áreas de influência, colocavam seus arsenais bélicos, inclusive nucleares, em permanente exposição. Um clima de tensão pairava no ar, devido à iminência de uma guerra nuclear.

Muitas vezes ficamos a mercê das ameaças que nos cercam, vivemos pressionados por um clima de tensão em muitas áreas de nossas vidas, fazendo com que o medo seja uma companhia diária. A qualquer momento uma “guerra” ou uma “tragédia” pode acontecer.

Quem diria quase 20 anos após o fim da Guerra Fria seu espírito ainda esta em voga nos nossos dias (na verdade já existia antes mesmo da Guerra). Veja que foi o mesmo artifício usado por Golias contra Davi:

Diz a bíblia que de repente “saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo. Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas; e era o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze. E trazia grevas de bronze por cima de seus pés, e um escudo de bronze entre os seus ombros. E a haste da sua lança era como o eixo do tecelão, e a ponta da sua lança de seiscentos siclos de ferro, e diante dele ia o escudeiro.” (1 Samuel 17; 4 – 7)

Repare como Golias colocava seus arsenais bélicos em permanente exposição a fim de impressionar seus inimigos. A princípio ele vencia seus inimigos no psicológico.

E não obstante, ele ainda “parou, e clamou às companhias de Israel, e disse-lhes: Para que saireis a ordenar a batalha? Não sou eu filisteu e vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça a mim. Se ele puder pelejar comigo, e me ferir, a vós seremos por servos; porém, se eu o vencer, e o ferir, então a nós sereis por servos, e nos servireis. Disse mais o filisteu: Hoje desafio as companhias de Israel, dizendo: Dai-me um homem, para que ambos pelejemos.”
(1 Samuel 17: 8 – 10)

O resultado foi que “Ouvindo então Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, espantaram-se, e temeram muito.”

Aqueles homens se deixaram levar pelas ameaças frias de Golias, nenhum deles se lembraram do poder que existe no Senhor dos Exércitos. Deixaram-se levar pela vista, e isso acabou gerando dúvida e por fim medo.

Mas Davi ousou enxergar além. Enquanto aqueles homens se impressionaram com o arsenal bélico de Golias, Davi enxergou o verdadeiro cenário daquela batalha e afrontou o Gigante dizendo:

“Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. (1 Samuel 17:45)

Diz a Bíblia que “Davi apressou – se e correu a encontrar- se com Golias. E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra. (versos 48 e 49)

“Assim Davi prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.” (verso 50)

A Fé é antítese da dúvida, se a primeira vem pelo ouvir a Palavra de Deus, a segunda vem em dar ouvido a voz do nosso adversário. Não podemos levar em conta as ameaças que nos é lançada, seja em qualquer situação. O único objetivo delas é provocar neutralidade em nosso agir.

Lemos em (Tiago 4:7) para:

“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”

Sujeitar a Deus implica em dizer sim a ELE, é falar a favor da Fé, que por sua vez é profetizar!

Etimologicamente falando ( pro.fe.ti.zar ) é isso: falar a favor da Fé.

É essa postura que devemos tomar perante as demandas da vida, pois muito mais que falar uma palavra mágica como sendo um “abracadabra”, profetizar nos conecta a Vontade do Pai, o que nos leva a ter uma consciência da verdadeira noção da realidade. Isso faz com que corramos para e não da situação que nos ameaça.

Por outro lado resistir ao Diabo implica em dizer não as ameaças provenientes dele. Pois a mentira é a principal ferramenta de trabalho do mal, não é a toa que o Diabo é o pai dela. Mal comparando é a mesma essência da Guerra Fria, uma guerra de ameaças.

Portanto devemos confiar naquilo que O Senhor prometeu para nós, pois ELE é Fiel com sua Palavra. Com isso muitos dos perigos e medo que nos assombravam deixarão de existir.

Assim chego à mesma conclusão que Robinson Crusoé, amadurecido por sua experiência, isolado na ilha, teria comentado com o amigo Sexta-Feira: “se há uma coisa que aprendi aqui, é que o medo do perigo é sempre muito maior do que o próprio perigo”.


Nenhum comentário: