“E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai.” (Gênesis 9;20 – 23).
Existem pessoas que fazem questão de divulgar o defeito alheio, assim como Cão, que saiu espalhando sobre a embriagues do seu pai. Por outro lado existem aqueles que são semelhantes aos outros dois filhos, que vendo aquela situação, cobrem Noé com uma capa a fim de preservar sua imagem.
Isso não quer dizer que vamos negligenciar os defeitos. Não se trata de colocar “panos quentes” e ter uma visão fantasiosa das pessoas, mas sim de lapidar o próximo, aparando as arestas e evidenciando o que existe de melhor.
Ao invés de “panos quentes” devemos colocar uma capa.
Pois colocar “panos quentes” nos leva a co-participar e ser cúmplice de algum defeito. Já colocar uma capa, nos move à compaixão a fim de tratar e cuidar do próximo, sem expor a vergonha e nem ao ridículo.
Não é a toa que somos o Sal da Terra (Mateus 5;13). Dentre as várias funções do sal existe uma que chama atenção. Trata-se da capacidade que ele tem de realçar o sabor dos alimentos. Veja, ele não dá sabor aos alimentos, mas apenas realça aquilo que já existe.
Da mesma forma devemos realçar o que as pessoas possuem de melhor. Com isso iremos parar de focar somente nos defeitos e passaremos a enxergar as virtudes de cada um.
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