POR BRUNO JARDIM
Uma mulher sofria há anos com uma hemorragia contínua, vivendo à margem da sociedade.
A Lei a condenava ao isolamento por sua condição de impureza. Mesmo não sendo um ciclo menstrual comum, ela era julgada como tal, carregando o peso da exclusão social.
Mas, algo diferente aconteceu.
Ela ousou.
Rompeu o cárcere hemorrágico que a aprisionava, desafiou as regras, e saiu às ruas.
Aproximou-se de Jesus e tocou a borda de seu manto.
No instante daquele toque, sua hemorragia cessou.
O fato é que na vida há muitos esbarrões, mas poucos toques.
Toques são diferentes de esbarrões...
Eles são momentos em que sentimos a vida acontecer, quando algo em nós se dirige ao outro de forma intencional e profunda.
Toques são trocas de vida.
São a manifestação dos rios de águas vivas que fluem do nosso interior.
Toques são frutos da Fé do afeto.
É quando há reciprocidade de intenção, quando a vida nos chama para nos aproximarmos, e essa aproximação gera uma próxima ação, culminando na comunhão.
O toque de Cristo é movido pela justiça e liberdade.
Cristo não estava preocupado com o controle que as autoridades exigiam, mas com o cuidado que as pessoas necessitavam. Ele vê o invisível, toca o intocável e liberta o aprisionado.
Naquele dia, a mulher foi curada, vista, acolhida e libertada.
O toque dela em Jesus foi um ato de fé.
O toque de Jesus nela foi um ato de amor e justiça.
Por mais toques e menos esbarrões.
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